A biodiversidade é, hoje em dia, um tema com um enfoque mundial de grande importância. Define-se como sendo o conjunto de espécies que existe em determinado local ou região. O tema tem mais ainda relevância quando se assiste de forma alarmante a uma destruição ou mesmo extinção, em larga escala, de uma série de espécies e subespécies, tendo como causa principal ações antrópicas sobre a natureza. Os recursos biológicos de que o Homem depende para a sua sobrevivência proporcionam uma procura por variadíssimos produtos com muitas origens, desde fungos a animais e plantas. A dependência do Homem por estes recursos, não só para a alimentação, como também para criar as suas habitações e outras utilizações para o seu bem-estar, tem exercido muita pressão seletiva sobre a natureza, dado o crescente aumento populacional. Sendo assim, é notória a procura de recursos biológicos de forma pouco sustentável, como por exemplo, pesca excessiva e caça ilegal, para satisfazer as necessidades de uma população humana cada vez mais exigente. Como consequência, a procura desenfreada por recursos biológicos, aliada à poluição de solos e água resultantes de certas ações antrópicas, como por exemplo, a agricultura, implica a diminuição da biodiversidade de forma drástica, levando à extinção de muitas espécies e à procura de outras espécies para suprir as necessidades prementes de alimentação.
Natércia, o conceito de biodiversidade abrange muitos outros níveis de organização biológica para além da espécie … embora este seja aquele a que grande parte dos estudos são efetuados. Quanto ao valores, importa que continue as suas leituras de materiais de aprendizagem ou outros - que pesquise e explore – e as reflexões daí decorrentes. Dessa forma, irá decerto alargar, aprofundar e enriquecer o seu conhecimento e o modo como perceciona esta matéria. Atente em particular nas intrincadas interações bióticas e abióticas que existem, muitas das quais ainda incipientemente conhecidas e outras por descobrir, que mantêm o ecossistema global estável … e que nos possibilitam usufruir de todos os “serviços” que a natureza nos oferece (faça um procura por Serviços da biodiversisdade”) Até que ponto podemos alterar /destruir este equilíbrio sem causar um desequilíbrio irreversível?
Ainda relativamente ao valor atribuído à biodiversidade, isto é algo que muda em função de uma série de fatores. Muda, acima de tudo, com o nosso conhecimento do sistema ou sistemas em causa, mas não só. Uma espécie como a acácia, o eucalipto, podem ser altamente valorizadas num ponto do globo, num determinado contexto físico, histórico, social, económico (etc.), e ser consideradas uma exóticas e invasoras noutra contexto (A este respeito explorar http://invasoras.uc.pt/)
Um gene pode também ser altamente valorizado num contexto e não noutros. Foi o que aconteceu com o milho híbrido nos EUA no fim da década de 1960. Nessa altura cerca de 90 % do milho híbrido (característica introduzida por “manuseamento” genético, inicialmente muitíssimo valorizado) nos EUA era de um variedade apenas (“Texas male-sterile cytoplasm”). Este gene tinha um valor imenso pois possibilitou produções muito maiores e muito menores custos associados (nomeadamente porque não era necessário retirar as flores masculinas da planta, algo feito manualmente por milhares de trabalhadores, numa determinada altura do ano). Tudo mudou quando um novo fungo Helminthosporium maydis (reclassificado posteriormente como Bipolaris maydis) invadiu as plantações e causou estragos incontáveis. Assim, um gene ao qual era atribuído um elevadíssimo valor passou a ser completamente desvalorizado (http://www2.nau.edu/~bio372-c/class/sex/cornbl.htm). Continuação de boas leituras e reflexões, PBN
Segundo Bryant (2005), a conservação de espécies é premente e poderá significar a existência de algumas estratégias para manter a biodiversidade no planeta, tão relevante quando se considera suprir as necessidades alimentares da crescente população mundial. No que respeita aos alimentos de origem animal, a população depende de apenas nove espécies de animais domesticados e de algumas espécies de peixes criadas em viveiros (aquacultura) por todo o planeta, processo este que pretende fazer face à escassez de peixe que já se faz sentir nos oceanos. Nas plantas, o cenário é o mesmo, ou seja, a população mundial concentra a sua dependência em poucas culturas, como o milho e cereais. No entanto, a história já mostrou que a dependência por poucos produtos alimentares pode condicionar a sobrevivência de populações inteiras, dado que as culturas podem ser atingidas por pragas que as dizimam e, consequentemente, provocam a morte de muitas pessoas, como por exemplo, no caso Irish Potato Famine, no séc. XIX. Parte da solução a este problema de falta de alimentos e da pouca variedade, passa pela descoberta de novas espécies que possam ser potenciais culturas para suprir as necessidades das populações. Exemplo disso são as florestas tropicais, algumas em países desenvolvidos, que possuem algumas espécies que são potenciais culturas a ter em consideração. Além disto, a hibridação de genes de espécies de plantas diferentes com espécies selvagens tem sido um método bem sucedido na obtenção de culturas mais resistentes a pragas e a outras alterações ambientais e mais nutritivas. Da mesma forma, a Engenharia Genética, através da criação de transgénicos, tenta criar novos indivíduos que apresentam os genes manipulados de forma a conferir-lhes determinadas características, previamente seleccionadas e pretendidas. São vários os argumentos a favor da conservação da biodiversidade, da qual a humanidade depende para a sua sobrevivência.
• Bryant, P.J. (2005) Cap. 1, 2 e 7 de "Biodiversity and Conservation - a hypertext book"
• Bryant, P.J. (2005) Cap. 1, 2 e 7 de "Biodiversity and Conservation - a hypertext book"
A utilização dos recursos naturais – pressão sobre o ambiente e a biodiversidade
Os recursos naturais podem ser explorados segundo várias atividades que desde há muito o Homem desenvolve para proveito próprio. Entre essas atividades, nomeiam-se a agricultura, a pecuária, a pesca, a caça e a exploração florestal. A agricultura tem sido uma das maiores atividades no que respeita na produção de recursos biológicos para a alimentação humana. No entanto, a agricultura tradicional e intensiva tem sido uma grande ameaça para a manutenção da biodiversidade do planeta e para o meio ambiente em geral, dadas as técnicas agrícolas que lhe estão inerentes, tais como, a utilização de pesticidas e fertilizantes com o intuito de aumentar a produtividade agrícola. Os químicos utilizados são muito poluentes, contribuindo para a degradação do solo e, consequentemente, para a perda de seres vivos presentes no solo e para a contaminação de solos e águas a serem utilizadas por outros seres vivos, como por exemplo, o ser humano. A caça e pesca excessivas também estão entre as causas principais de perda de biodiversidade. Apesar das leis que proíbem a caça de determinadas espécies em vias de extinção e das leis que impõem cotas de pesca apenas para suprir as necessidades do ser humano, sem colocar em risco as espécies piscatórias, continua-se a registar diversos casos de atividades ilegais na caça e pesca, por pessoas sem escrúpulos com um único fim ao executarem essas ilegalidades que é a grande recompensa monetária que podem usufruir. São os países desenvolvidos e industrializados que maior pressão exercem sobre o meio ambiente, tendo em conta que procuram, principalmente, com a exploração destes recursos um retorno financeiro. Sendo assim, muitos são aqueles países que introduzem espécies em determinados locais para usufruir das seus benefícios, sem refletir que esse ato contribui para a homogeneização da biodiversidade mundial. Além disso, as espécies introduzidas podem competir com outras espécies que poderão perder o seu lugar nos ecossistemas e deixar de existir.
Millennium Ecosystem Assessment (2005) Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, D.C.
Natércia, este é um comentário de sugestão relativamente ao utilização do seu Blog. Deve publicar os seus "posts" no blogue. De momento está a publicar comentários no 1º e único "post". Esta forma de publicar as suas reflexões limita o formato que lhes pode dar tanto a nível de formatação como de inserção de figuras e/ou vídeos. Até breve, PBN
A biodiversidade é, hoje em dia, um tema com um enfoque mundial de grande importância. Define-se como sendo o conjunto de espécies que existe em determinado local ou região. O tema tem mais ainda relevância quando se assiste de forma alarmante a uma destruição ou mesmo extinção, em larga escala, de uma série de espécies e subespécies, tendo como causa principal ações antrópicas sobre a natureza.
ResponderEliminarOs recursos biológicos de que o Homem depende para a sua sobrevivência proporcionam uma procura por variadíssimos produtos com muitas origens, desde fungos a animais e plantas. A dependência do Homem por estes recursos, não só para a alimentação, como também para criar as suas habitações e outras utilizações para o seu bem-estar, tem exercido muita pressão seletiva sobre a natureza, dado o crescente aumento populacional. Sendo assim, é notória a procura de recursos biológicos de forma pouco sustentável, como por exemplo, pesca excessiva e caça ilegal, para satisfazer as necessidades de uma população humana cada vez mais exigente. Como consequência, a procura desenfreada por recursos biológicos, aliada à poluição de solos e água resultantes de certas ações antrópicas, como por exemplo, a agricultura, implica a diminuição da biodiversidade de forma drástica, levando à extinção de muitas espécies e à procura de outras espécies para suprir as necessidades prementes de alimentação.
Natércia,
Eliminaro conceito de biodiversidade abrange muitos outros níveis de organização biológica para além da espécie … embora este seja aquele a que grande parte dos estudos são efetuados.
Quanto ao valores, importa que continue as suas leituras de materiais de aprendizagem ou outros - que pesquise e explore – e as reflexões daí decorrentes. Dessa forma, irá decerto alargar, aprofundar e enriquecer o seu conhecimento e o modo como perceciona esta matéria. Atente em particular nas intrincadas interações bióticas e abióticas que existem, muitas das quais ainda incipientemente conhecidas e outras por descobrir, que mantêm o ecossistema global estável … e que nos possibilitam usufruir de todos os “serviços” que a natureza nos oferece (faça um procura por Serviços da biodiversisdade”)
Até que ponto podemos alterar /destruir este equilíbrio sem causar um desequilíbrio irreversível?
Ainda relativamente ao valor atribuído à biodiversidade, isto é algo que muda em função de uma série de fatores. Muda, acima de tudo, com o nosso conhecimento do sistema ou sistemas em causa, mas não só. Uma espécie como a acácia, o eucalipto, podem ser altamente valorizadas num ponto do globo, num determinado contexto físico, histórico, social, económico (etc.), e ser consideradas uma exóticas e invasoras noutra contexto (A este respeito explorar http://invasoras.uc.pt/)
Um gene pode também ser altamente valorizado num contexto e não noutros. Foi o que aconteceu com o milho híbrido nos EUA no fim da década de 1960. Nessa altura cerca de 90 % do milho híbrido (característica introduzida por “manuseamento” genético, inicialmente muitíssimo valorizado) nos EUA era de um variedade apenas (“Texas male-sterile cytoplasm”). Este gene tinha um valor imenso pois possibilitou produções muito maiores e muito menores custos associados (nomeadamente porque não era necessário retirar as flores masculinas da planta, algo feito manualmente por milhares de trabalhadores, numa determinada altura do ano).
Tudo mudou quando um novo fungo Helminthosporium maydis (reclassificado posteriormente como Bipolaris maydis) invadiu as plantações e causou estragos incontáveis. Assim, um gene ao qual era atribuído um elevadíssimo valor passou a ser completamente desvalorizado (http://www2.nau.edu/~bio372-c/class/sex/cornbl.htm).
Continuação de boas leituras e reflexões, PBN
Conservação e biodiversidade
ResponderEliminarSegundo Bryant (2005), a conservação de espécies é premente e poderá significar a existência de algumas estratégias para manter a biodiversidade no planeta, tão relevante quando se considera suprir as necessidades alimentares da crescente população mundial.
No que respeita aos alimentos de origem animal, a população depende de apenas nove espécies de animais domesticados e de algumas espécies de peixes criadas em viveiros (aquacultura) por todo o planeta, processo este que pretende fazer face à escassez de peixe que já se faz sentir nos oceanos. Nas plantas, o cenário é o mesmo, ou seja, a população mundial concentra a sua dependência em poucas culturas, como o milho e cereais. No entanto, a história já mostrou que a dependência por poucos produtos alimentares pode condicionar a sobrevivência de populações inteiras, dado que as culturas podem ser atingidas por pragas que as dizimam e, consequentemente, provocam a morte de muitas pessoas, como por exemplo, no caso Irish Potato Famine, no séc. XIX.
Parte da solução a este problema de falta de alimentos e da pouca variedade, passa pela descoberta de novas espécies que possam ser potenciais culturas para suprir as necessidades das populações. Exemplo disso são as florestas tropicais, algumas em países desenvolvidos, que possuem algumas espécies que são potenciais culturas a ter em consideração.
Além disto, a hibridação de genes de espécies de plantas diferentes com espécies selvagens tem sido um método bem sucedido na obtenção de culturas mais resistentes a pragas e a outras alterações ambientais e mais nutritivas. Da mesma forma, a Engenharia Genética, através da criação de transgénicos, tenta criar novos indivíduos que apresentam os genes manipulados de forma a conferir-lhes determinadas características, previamente seleccionadas e pretendidas.
São vários os argumentos a favor da conservação da biodiversidade, da qual a humanidade depende para a sua sobrevivência.
• Bryant, P.J. (2005) Cap. 1, 2 e 7 de "Biodiversity and Conservation - a hypertext book"
• Bryant, P.J. (2005) Cap. 1, 2 e 7 de "Biodiversity and Conservation - a hypertext book"
A utilização dos recursos naturais – pressão sobre o ambiente e a biodiversidade
ResponderEliminarOs recursos naturais podem ser explorados segundo várias atividades que desde há muito o Homem desenvolve para proveito próprio. Entre essas atividades, nomeiam-se a agricultura, a pecuária, a pesca, a caça e a exploração florestal.
A agricultura tem sido uma das maiores atividades no que respeita na produção de recursos biológicos para a alimentação humana. No entanto, a agricultura tradicional e intensiva tem sido uma grande ameaça para a manutenção da biodiversidade do planeta e para o meio ambiente em geral, dadas as técnicas agrícolas que lhe estão inerentes, tais como, a utilização de pesticidas e fertilizantes com o intuito de aumentar a produtividade agrícola. Os químicos utilizados são muito poluentes, contribuindo para a degradação do solo e, consequentemente, para a perda de seres vivos presentes no solo e para a contaminação de solos e águas a serem utilizadas por outros seres vivos, como por exemplo, o ser humano.
A caça e pesca excessivas também estão entre as causas principais de perda de biodiversidade. Apesar das leis que proíbem a caça de determinadas espécies em vias de extinção e das leis que impõem cotas de pesca apenas para suprir as necessidades do ser humano, sem colocar em risco as espécies piscatórias, continua-se a registar diversos casos de atividades ilegais na caça e pesca, por pessoas sem escrúpulos com um único fim ao executarem essas ilegalidades que é a grande recompensa monetária que podem usufruir.
São os países desenvolvidos e industrializados que maior pressão exercem sobre o meio ambiente, tendo em conta que procuram, principalmente, com a exploração destes recursos um retorno financeiro. Sendo assim, muitos são aqueles países que introduzem espécies em determinados locais para usufruir das seus benefícios, sem refletir que esse ato contribui para a homogeneização da biodiversidade mundial. Além disso, as espécies introduzidas podem competir com outras espécies que poderão perder o seu lugar nos ecossistemas e deixar de existir.
Millennium Ecosystem Assessment (2005) Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, D.C.
Natércia, este é um comentário de sugestão relativamente ao utilização do seu Blog. Deve publicar os seus "posts" no blogue. De momento está a publicar comentários no 1º e único "post". Esta forma de publicar as suas reflexões limita o formato que lhes pode dar tanto a nível de formatação como de inserção de figuras e/ou vídeos. Até breve, PBN
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